domingo, 13 de dezembro de 2009

[NOTÍCIA] “Cooperação entre bactérias pode servir para fins médicos"

  Estudo de portugueses publicado da revista Current Biology

 Biológos portugueses estudaram as relações de cooperação entre bactérias para compreender melhor a ecologia microbiana e perceber como poderão ser manipuladas para fins médicos ou de biotecnologia. As bactérias cooperam por intermédio da produção de proteínas segregadas para o meio ambiente, mas algumas limitam-se a aproveitar o trabalho das outras, agindo como parasitas na comunidade microbiana, segundo um estudo, publicado da revista Current Biology.
  "Isso levanta um problema evolutivo importante, na medida em que as bactérias oportunistas se reproduzem mais e, com o tempo, levam as cooperadoras à extinção", explica o principal autor do trabalho, Eduardo Rocha.
  A questão que se coloca, segundo este investigador do Instituto Pasteur, em Paris, é saber, no contexto de uma comunidade condenada a desaparecer por conter apenas parasitas, como poderá persistir a cooperação.
  Essa cooperação é importante em muitas circunstâncias, como por exemplo na produção de biofilmes que facilitam a resistência aos antibióticos, numa melhor exploração do hospedeiro ou no favorecimento da exclusão de bactérias patogénicas do Homem. Como sublinha Eduardo Rocha, "a cooperação é muito frequente tanto na natureza como entre os microrganismos que habitam o corpo humano, onde são benéficos na sua maioria, mas podem ser também uma importante fonte de virulência".
  Compreender como se mantém ou se perturba essa cooperação, na sua perspectiva, "é essencial perceber a ecologia microbiana e como a manipular para fins médicos ou de biotecnologia". Perturbar essa cooperação através de manipulação genética tanto pode facilitar uma terapia como perturbar interacções positivas entre bactérias benéficas, abrindo a porta a bactérias patogénicas.

Teresa Nogueira
Neste trabalho, de que é primeira autora Teresa Nogueira, investigadora do Centro de Biologia Ambiental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, foi usado um modelo matemático que prevê uma cooperação positiva entre bactérias se estas partilharem um gene para o mesmo bem comum, neste caso a produção da proteína segregada.
  Entre os microrganismos com estas características estão os plasmídeos, que são os principais vectores de resistência a antibióticos.
  O modelo parte da análise da presença de genes que codificam para bens comuns em genomas de Escherichia coli, a mais estudada das espécies bacterianas. São as primeiras a colonizar o estômago de bebés e existem entre 100 e 1 000 milhões em cada humano adulto.”

Origem: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=37761&op=all#cont

Reflexão:

  Pouco há a acrescentar quanto ao conteúdo desta matéria, creio que está bem explicada e estruturada. É importante reter que quando falamos em bactérias não estamos a falar de algo maléfico, mas sim com tendência a serem úteis ou não para os organismos hospedeiros.
  Este assunto em causa é ainda bastante fresco e até de difícil interpretação, porém quis publicar esta notícia mesmo para frisar que a ainda se faz ciência em Portugal e por PORTUGUESES. A ciência, em Portugal, está viva e dá provas do seu trabalho.

Por: Ana Pires

Sem comentários:

Enviar um comentário