Por: Fábio Costa
sábado, 16 de janeiro de 2010
[NOTÍCIA] Japoneses descobrem técnica para fazer crescer órgãos no organismo
Investigadores da Universidade de Tóquio desenvolveram por bio-engenharia germes de dentes que transplantaram em ratos
Investigadores japoneses conseguiram fazer crescer dentes de substituição em mandíbulas de ratinhos usando uma técnica que poderá levar ao desenvolvimento de órgãos completos em organismos, indica um estudo hoje divulgado.
Já existia tecnologia capaz de desenvolver alguns tecidos em laboratório que depois podem ser transplantados em animais. Mas o que a equipa de Etsuko Ikeda, da Universidade de Ciências de Tóquio, agora explora são meios para fazer crescer órgãos no próprio organismo.
Os cientistas desenvolveram por bio-engenharia um germe de dente, com características semelhantes às de uma semente com as células e as instruções necessárias para formar um dente, e transplantaram-no em mandíbulas de ratinhos.
Segundo o estudo, esses germes cresceram normalmente dando origem a dentes perfeitamente funcionais, com dureza comparável à dos naturais e fibras nervosas capazes de responder a estímulos de dor.
Seguindo a expressão genética com uma proteína fluorescente inserida no germe transplantado, os investigadores comprovaram que os genes activados no desenvolvimento dos dentes estavam também activos durante o crescimento dos dentes de substituição.
A técnica usada poderá levar ao desenvolvimento de órgãos de substituição e permitir fazer crescer órgãos funcionais completos dentro de organismos a partir de células estaminais ou outras células germinais.
“Propomos esta tecnologia para modelo de futuras terapias de substituição de órgãos”, escreveram os investigadores no estudo, publicado na revista norte-americana «Proceedings of the National Academy of Sciences».”
Origem: 2009-08-04, http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=33839&op=all#cont
Reflexão: Mais uma vez a ciência proporciona-nos métodos para uma esperança de vida maior, assim como a resolução de graves problemas que actualmente enfrentamos.
Como é do conhecimento de todos, muitas pessoas necessitam de transplantar órgãos (por inúmeras razões: acidente, doença crónica, entre outras) e esta notícia é uma salvaguarda para aqueles que se encontram numa lista de espera para terem um órgão novo, especialmente.
Desta maneira é possível obter um novo órgão que se forma dentro do próprio organismo (é o que a técnica pretende), a partir de células estaminais ou outras células germinais (células que podem diferenciar-se). É necessário então salvaguardar estas células, porque o futuro é uma incógnita.
Uma notícia muito animadora para a comunidade.
Por: Ana Pires
domingo, 10 de janeiro de 2010
[NOTÍCIA] Foi descoberto o gene que determina número de vértebras
Moises Mallo é investigador do Instituto Gulbenkian de Ciência e um dos autores do estudo.
Os genes Hox, que são responsáveis pela identidade de cada vértebra ainda na fase embrionária de um animal vertebrado, determinam também o número de vértebras.
Esta conclusão é do grupo de investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) e das Universidades de Utrecht, Estrasburgo e Leicester, que levaram a cabo um estudo agora publicado na revista «Developmental Cell».
Os animais vertebrados têm em comum um esqueleto segmentado, constituído por vértebras. Durante o desenvolvimento embrionário, cada segmento é formado sequencialmente, da cabeça para a cauda.
Os primeiros segmentos dão origem às vértebras do pescoço, os seguintes às vértebras torácicas donde partem as costelas, e os últimos dão origem às vértebras localizadas na região lombar e na cauda.
Durante este processo é fundamental que cada segmento se transforme na vértebra correcta, e que o número de vértebras e, consequentemente, o tamanho da coluna, sejam precisamente controlados.
Já se sabia que a identidade de cada vértebra é determinada pela activação dos genes Hox. Agora, a investigação mostra que além de definir a identidade das vértebras, os genes Hox também determinam quantas vértebras se formam.
As vértebras formam-se a partir de estruturas precursoras chamadas sómitos, existentes no embrião. À medida que o embrião se desenvolve, vão-se formando sómitos na extremidade da cauda.
Quanto mais sómitos se formarem, mais vértebras o animal terá. Dos muitos genes envolvidos neste processo, a família Cdx desempenha um papel central. Em experiências verificou-se que os ratinhos nos quais o gene Cdx está inactivo têm colunas encurtadas e não têm cauda.
Moises Mallo, Investigador do IGC e um dos autores deste estudo, explica: “Sabíamos que alguns genes Hox não são activados quando os genes Cdx estão desligados, mas sempre se pensou que seria um mecanismo de assegurar que eventuais novos sómitos adquirissem a identidade certa (regulada pelos genes Hox)”.
Esta investigação conseguiu mostrar que para o crescimento apropriado na extremidade da cauda, os genes Hox também precisam de actuar. “Quando activámos os genes Hox relevantes em embriões mutantes para genes Cdx (isto é, onde os Cdx não funcionavam), os embriões recuperaram as colunas vertebrais normais. Isto demonstra que os genes Hox compensam a acção dos genes Cdx na determinação do número de segmentos”, explica.
Mallo esclarece que as observações “foram feitas na extremidade próxima da cauda”. Os investigadores acreditam que “os mesmos mecanismos estejam a actuar também na determinação do número de segmentos próximos da cabeça”.
Origem: 2009-10-27, http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=36278&op=all#cont
Reflexão:
Descoberto o gene que é responsável pelo número de vértebras. Este tal gene é o “gene Hox” que também é responsável pela identidade de cada vértebra ainda na fase embrionária de um animal vertebrado. Porém a família dos genes “Cdx” também desempenha um papel fundamental ( os genes Hox só estão activados se os genes Cdx estiverem activos).
Penso que a noticia está muito bem elaborada e de perceptível entendimento para toda a comunidade. É explicado tudo o que é necessário para entender esta nova descoberta.
Por: Ana Pires
[NOTÍCIA] Investigadores criam peixe para estudarem sem dissecar
Peixinho-dourado transparente permite a cientistas verem os órgãos internos e a corrente sanguínea
Um grupo cientistas japoneses da Universidade de Mie apresentou uma nova criação: um peixe transparente ideal para experiências científicas.
Como não tem pigmentação, os investigadores podem estudar o funcionamento dos seus órgãos internos e a circulação sanguínea sem recorrer à dissecção. A criação foi apresentada na reunião anual da Sociedade de Biologia Molecular do Japão.
Este animal não é resultado de experiências transgénicas, mas sim do cruzamento entre carpas-douradas (Carassius auratus auratus), os vulgares peixinhos de aquário, ao longo de três anos.
Há já vários anos que uma versão transparente dos peixes-zebra (Danio rerio) é utilizada em experiências científicas. No entanto, o uso destes animais é limitado, isto porque são muito pequenos (não passam os cinco centímetros) e leves (pesam apenas três gramas).
Os peixes agora criados no Japão podem chegar 25 centímetros e a pesar mais de dois quilogramas. Além disso, vivem até aos 20 anos.
O investigador Yutaka Tamaru explica que as escamas e a pele do peixe não têm pigmentação, o que permite ver perfeitamente o coração, o cérebro, o funcionamento dos órgãos e da corrente sanguínea, bem como todo o seu desenvolvimento à medida que vai crescendo.”
Origem: 2009-12-29, http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=38260&op=all
Reflexão:
E quem disse que os cientistas e os testes de laboratório são os maus da fita”? Agora acabaram-se os preconceitos contra os testes e por vezes a morte dos animais nos laboratórios. Com estes animais não é preciso “abrir para se ver”, vê-se e além disso pode acompanhar-se o seu crescimento.
Foi um belo cruzamento de espécies, uma evolução na ciência e até para a biodiversidade. Imaginem agora os mamíferos ou aves (ou o que seja) sem pigmentação, seria alguma coisa muito agradável para o estudo destes animais também…
Por: Ana Pires
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