O Banco Público de Células Estaminais do Cordão Umbilical (LusoCord) ultrapassou as mil amostras em seis meses de funcionamento, graças à “generosidade” dos portugueses que têm enchido este “mealheiro” de vida com hipóteses reais de tratamento, principalmente, dos cancros do sangue.
Segundo a Agência Lusa, Helena Alves, directora do Centro de Histocompatibilidade do Norte, onde funciona o LusoCord, mostrou-se surpreendida com este número, uma vez que esta meta estava estimada para um período de dois anos.
De acordo com a responsável, parte do sucesso do LusoCord deve-se a grande divulgação do banco, que está a ser feita por grávidas, principalmente através da Internet. “Temos uma consciência cívica muito boa nas mães e nos casais”, referiu, ressalvando o elevado nível de informação que estas pessoas revelam sobre este serviço, na medida em que os futuros pais aparecem nos consultórios e maternidades a demonstrar saberem quase tanto ou mais do que os médicos e enfermeiros sobre o banco.
“As pessoas ouvem falar nas crianças e nos doentes que necessitam de um transplante de medula óssea, sabem que o sangue do cordão é um recurso a aplicar e a aproveitar no transplante e sabem que, não sendo aproveitado, não vai servir para nada e será um desperdício de algo que pode ser precioso para salvar a vida de alguém”, afirmou.
Por outro lado, acrescentou, ao doar o sangue do cordão umbilical, os pais marcam de uma forma importante “um período sagrado, que é o do nascimento”, sendo esta “uma forma de contribuir para renascer alguém que está doente”.
Para já, o banco está apenas a recolher amostras, mas deverá iniciar a sua distribuição ao longo deste ano, anunciou Helena Alves. A distribuição das células estaminais que existem no sangue do cordão umbilical será feita para receptores compatíveis.Os doentes com os “cancros do sangue” são os principais destinatários, mas também pessoas com doenças raras e alguns tipos de anemias e casos em que a medula deixa de funcionar devido a efeitos tóxicos, como a quimioterapia.
Cada amostra tem três por cento de probabilidades de ser utilizada. A especialista acredita que são “hipóteses reais” de tratamentos com as células estaminais do cordão umbilical, ao contrário do que publicitam as empresas privadas de crioconservação, pois “se alguém tiver a infelicidade de precisar de ser transplantado vai recorrer ao banco público, porque as células das pessoas que vêm a ter leucemia já têm alterações genéticas aquando do nascimento.”
Origem: 2010-01-04, http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=38322&op=all
Reflexão:
Esta notícia é sobretudo um aplauso à consciência cívica dos portugueses. É necessário que cada pessoa pense que com um pequeno gesto podemos salvar uma vida. Neste caso, estamos a doar o sangue do cordão umbilical (que não servirá para nada se nós não o doarmos) e por conseguinte podemos salvar a vida de uma pessoa! Assim, o “cancro do sangue”, doenças raras e outras podem ter uma nova fonte de esperança… As pessoas compatíveis com as células embrionárias têm mais uma nova oportunidade de viver.
A crioconservação não é a melhor atitude, porque se o doente no futuro vier a ter a leucemia, este já tem as alterações genéticas aquando do nascimento, portanto não é nenhuma vantagem.
Por: Ana Pires
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