Uma equipa de cientistas norte-americanos da Universidade da Flórida do Sul, descobriu o primeiro animal que consegue realizar a fotossíntese, algo que até agora era exclusivo das plantas. A Elysia chlorotica é uma lesma do mar de cor verde, que habita a costa este dos Estados Unidos e Canadá.
A lesma era conhecida por “roubar” os genes das algas de que se alimenta, as Vaucheria litorea. Desta forma obtinha os cloroplastos – estruturas de cor verde características de células vegetais que permitem a conversão da luz solar em energia –, armazenando-os nas células que cobrem os seus intestinos. No entanto, os últimos estudos da equipa de cientistas revelam que o molusco marinho desenvolveu as suas capacidades químicas, permitindo-lhe fabricar clorofila – pigmento que captura a luz solar - sem necessitar de roubar aos seus alimentos.
Os investigadores utilizaram um sofisticado equipamento radioactivo que comprova a produção dos pigmentos fotosintéticos de forma autónoma. Na lesma marinha, os cloroplastos extraídos permanecem activas durante um ano, o que significa que, no caso de uma lesma jovem se alimentar uma vez das algas Elysia chlorotica e tiver acesso à luz solar, não tem necessidade de voltar a comer durante a sua vida.
De acordo com a equipa de cientistas, durante o estudo, que será publicado na revista ‘Symbiosis’, foram encontrados exemplares da Vaucheria litorea que não se alimentavam há pelo menos cinco meses.
Origem: Luís Murteira Nunes, 13/01/2010, http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentid=608CEE3B-8C47-478F-A570-438E50757D58&channelid=00000021-0000-0000-0000-000000000021
Reflexão:
Diariamente surgem novas provas de que o mundo "vivo" não pára de evoluir e o facto de novas espécies surgirem frequentemente é uma dessas provas de evolução.
Ainda há pouco tempo coloquei, neste mesmo blogue, a notícia que informava a existência de um peixe com a capacidade de sobreviver a bastantes metros de profundidade no oceano e estou, de novo, a publicar a existência de um novo animal com capacidades desconhecidas pelos cientistas. Esta "nova espécie" era totalmente desconhecida pelo ser humano até então, pois definia-se que as espécies pertencentes ao Reino Animalia seria apenas heterotróficos e nunca autotróficos, o que acontece com este animal.
Esta descoberta irá trazer um pouco de confusão para os sistemas de classificação dos seres vivos e poderá ser a razão para a modificação de alguns aspectos nas classificações de seres vivos, nomeadamente uma reformulação dos Reinos ou uma simples alteração nas características que definem algum dos reinos.
É sempre bom encontrar novas espécies pois, só assim, o conhecimento humano pode avançar e novas práticas na ciência podem ser descobertas. Certamente que, se Whitaker estivesse cá hoje, reformularia o seu sistema de classificação de seres vivos para poder incluir este ser vivo num dos reinos da melhor forma possível!
Por: Fábio Costa
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