Pais super-protectores podem inibir mais que a liberdade dos seus filhos.
Um estudo revela que a constante atenção e limitação pode levar a que desenvolvam lentamente uma área do cérebro responsável por doenças mentais.
Crianças que sejam demasiado protegidas ou negligenciadas pelos pais são susceptíveis de desenvolverem problemas de ordem psiquiátrica – associados a um defeito no córtex pré-frontal.
Para o estudo, Kosuke Narita, da Universidade de Gunma (Japão), testou o cérebro de 50 voluntários por ressonância magnética (scanner) e, ao mesmo tempo, pedia-lhes para responderem a um inquérito sobre as suas relação com os progenitores durante os primeiros 16 anos de vida.
O questionário utilizado para o trabalho de investigação é internacionalmente reconhecido como meio de medição de relações entre pais e filhos – chamado de Parental Bonding Instrument (Instrumento de ligação parental). O objectivo é avaliar os progenitores através de afirmações como: “Não me querem deixar crescer”, “Controlam tudo aquilo que faço” e “Tentam fazer com que dependa dele/dela para tudo”.
A equipa de investigação de Narita descobriu que aqueles que tinham este tipo de pais mostravam menos matéria cinzenta numa determinada área do córtex pré-frontal do que os que tinham relações familiares saudáveis. A negligência por parte do pai também está ligada a essa zona do cérebro.
Anomalias
Esta área específica do córtex cerebral desenvolve-se durante a infância, e apenas se costumam verificar anomalias em pessoas que sofram de esquizofrenia ou outras doenças do foro psiquiátrico. Segundo Kosuke Narita, o excesso de stress que a hormona cortisol emana, devido à negligência ou ao excesso de atenção, reduz a produção de dopamina e como resultado vai atrofiando o crescimento da massa cinzenta.
Contudo, investigadores australianos, embora não refutem de toda a teoria de Narita, consideram que há outros factores muito mais importantes. Anthony Harris, director da Unidade de Desordem Clínica, do Hospital de Westmead, em Sydney (Australia), consente que o estudo japonês seja grande utilidade, mas acrescenta que as diferenças no cérebro não são permanentes e podem modificar com o tempo.”
Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=40567&op=all
Reflexão:
Já se sabia que pais demasiado protectores criam filhos excessivamente medrosos e pouco autónomos. Agora, um estudo japonês veio, de certa forma, confirmar o que já se suponha saber: crianças demasiado protegidas, passando pelas as negligenciadas têm menos massa cinzenta, numa determinada zona do córtex pré-frontal. Isto deve-se ao excesso de stress que a hormona cortisal emana, reduzindo a produção de dopamina, o que leva ao desenvolvimento de doenças mentais.
Por outro lado, temos investigadores Australianos a dizerem que a teoria apresentada não está totalmente correcta. Faltam aspectos importantes que podem levar ao desenvolvimento destas doenças. Além disso, estas diferenças no cérebro podem ser modificadas ao longo do tempo e não são permanentes.
Por: Ana Pires
A foto ja diz tudo.
ResponderEliminarVou ja dizer a minha mãe o que vi agora :D
Miguel Coelho